Próprio para o turismo ecológico, situado numa parte da terra que guarda preciosos tesouros e ainda bem, bem no coração do Brasil.
Um pedaço da mata atlântica ilhada pelo agro negócio e pelo cerrado, mais lagos e águas termais numa região que envolve, Marzagão, Corumbaíba, Água Limpa (onde fica a seção da mata atlântica), o Rio Quente, Buriti Alegre e aqui. Um cluster!
Pertencendo a todos; daqui à Buriti Alegre e adjacências embarcadas no mesmo planeta, enquanto em Caldas os bairristas continuam a dizer: a Serra de Caldas é de Caldas, o que é risível.
Quem vê a imponente silhueta de Serra, não imagina o fino fio de equilíbrio pelo avanço literal do agro negócio, que já vai subindo a serra; nem pode dissociar a imagem na retina, de um extinto vulcão, sobretudo pelo acontecimento do fenômeno das águas quentes. Cuja explicação a cargo da ciência, informa da existência de algumas fendas que permitem a descida da água por gravidade à profundidade de 1500m, onde ocorre o aquecimento e pressão, que provoca seu retorno para os lençóis freáticos (Araxá e Bambuí); para a vazão do Rio Quente e tantas minas quentes e frias.
Dados coletados indicam uma situação preocupante: O Rio Quente durante o período da coleta de dados (apenas uma década; que é pouco para uma avaliação segura), diminuiu em 40% sua vazão, passando dos seis milhões e tantos, para 4 milhões e poucos de litros/hora. Já os poços termais semi-artesianos com extração por bombeamento, do lado de Caldas Novas, parte integrante do monitoramento de nível, acende o mesmo grau de preocupação. Pois para a otimização do consumo, empreendedores perspicazes, aumentam a oferta de apartamentos, mesmo que para construí-los e atingir um alto nível de irresponsabilidade, seja necessário aterrar as margens dos córregos.
Titular de uma infra-estrutura, que expõe a falta de zelo com a coisa pública e longe de ser isolada na imensidão goiana, Caldas Novas precisa mesmo é de um período de internação em um SPA.
Lá, o Pantanal tem tanto a ver na Cordilheira dos Andes como um seu canal de drenagem, quanto serve para irrigar aqui e abrigar a bio diversidade que conhecemos como nossa.
Seres variados vivem nesse pedaço da terra, inclusive o homem, como se percebe nas fotos com Serra de Caldas ao fundo: abaixo um desmatamento a 800m e acima foto da carvoaria localizada a 500m do pé da serra.
A natureza paciente como sempre, a tudo assiste.
A exploração perpetrada pelo homem, o descaso, a falta de política e cultura ambiental, a permissividade com os transgênicos e à sanha insaciável de tudo querer, poder e fazer, é como se essa humanidade nada tivesse com as vindouras. Como se a degradação da natureza, não gerasse um passivo ambiental, tipo o efeito estufa, o buraco na camada de ozônio, as mudanças climáticas que conhecemos ou não; além dos imensos buracos escondidos sob o tapete, resultantes da extração de petróleo, gás e outros minerais!
Dão-lhe venenos enquanto isso!
Que apetite!
Como se fôssemos animais, desprovidos da inteligência; vorazes e primitivos gananciosos; pensando que pensa, o homem segue seu curso jogando nos cursos d’água, todos seus dejetos, usando em cada descarga + ou – 20 litros d’água tratada, mais detergentes, cremes, graxas, óleos e toda sorte de porcarias não tratáveis, como venenos, pilhas, plásticos, ácidos, monóxido e outras nomenclaturas de “poucos benzeno e muitos butano”, como dizem os matutos (rs).
E assim, caminha a humanidade na contra mão da teoria de Darwin, com dois pés, involuindo para quatro e aí é cada macaco no seu galho, como tem sido e será, enquanto restarem galhos para macacos cada vez mais pesados.
Exposta a fratura, podemos nos entrincheirar em defesa do próximo contingente humano e por que não dos atuais e da consciência necessária à sustentabilidade, para não assistirmos calados a mais uma catástrofe evitável!
Há muito trabalho para ser feito na recuperação da natureza, gerando emprego e renda, saldando a dívida interna com os brasileiros, com o meio ambiente e criando um ambiente para enfim diminuir o deserto que nos separa do paraíso de justiça social.
*CAC – Comitê de Ação pela Cidadania
Datos para citar este artículo:
Walter Minari. (2005). Cómo que é a Serra de Caldas. Revista Vinculando, 3(1). https://vinculando.org/articulos/serra_caldas.html
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