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A nova civilização e seus novos valores
A política neoliberal que foi se difundindo por todo o mundo a partir de fins dos anos 70 veio acompanhada pela difusão de uma nova ideologia, onde os antigos valores que constituíam a base da sociedade foram substituídos por novos. Novas idéias tomaram o lugar das antigas.
A base que sustentava a coesão social e que fornecia os motivos para as pessoas se mobilizarem (o consenso moral) foi desmontada: a dignidade da pessoa humana, os direitos humanos, os direitos sociais. Vera Silva Telles vai falar de “encolhimento do horizonte de legimitidade dos direitos sociais” (1999). Tudo se reduz ao indivíduo e à sua competência. Cabe ao indivíduo prover a sua vida e as suas necessidades, ao Estado nada cabe e nada deve caber – isto seria “paternalismo”. A saúde deve ser obtida pelos recursos do indivíduo, por seu próprio esforço. Assim também a educação; o trabalho. A sociedade é um aglomerado de indivíduos. Como dizia Margaret Thatcher, “não existe sociedade, existem indivíduos” (cf. Bauman, 1999).
Com esta chave de leitura social, a explicação da pobreza e da riqueza mudam radicalmente. Antes, o pobre era pobre porque era mal remunerado. Agora, pobre é pobre porque é incompetente e rico é rico porque é competente. Riqueza e pobreza são realidades independentes. E o rico não pode ser responsabilizado pela pobreza. O pobre, além de ser pobre, é o único responsável por sua pobreza. E, por isto mesmo, o empregador pode pagar pouco ao empregado: porque ele é incompetente, mal qualificado, pouco estudado. Veja-se a inflexão ocorrida aqui: antes, este indivíduo era pobre porque tinha baixo salário; mas ele tinha o direito a um salário melhor, ele tinha direito a uma vida digna, pouco importando seu grau de instrução. Agora, não: o seu grau de instrução e de qualificação determinam a possibilidade de ter direitos. Não sendo qualificado, é justo que ganhe pouco. Não há mais dignidade humana, dignidade do trabalho, dignidade da pessoa, direitos inerentes ao ser humano. Direitos que obrigariam a um salário justo, capaz de sustentá-lo e à sua família (cf. o decreto de criação do salário-mínimo em 1940).
O rico também não tem nada a ver com o pobre. É claro que o empregador ficará mais rico se pagar salários menores aos seus empregados. Mas isto não é responsabilidade dele, é do próprio pobre. E ele, rico, é rico porque é competente (qualificado, estudado). O mérito é dele, não dos seus empregados. Com isso, desvincula-se a riqueza da pobreza e se garante uma boa consciência aos patrões.
Não cabe ao Estado decidir, interferir: o mercado é quem decide. Esta afirmação ignora as profundas desigualdades do ponto de partida e dos recursos já adquiridos e disponíveis para cada grupo social. Ao afirmar a lei do mercado como fundamento da sociedade, entrega-se a sociedade à “lei da selva”: vence o mais forte. O critério não é mais o direito.
Nesta nova ideologia, a prioridade absoluta cabe à empresa: o trabalhador é um apêndice. Nada deve prejudicar as potencialidades ou os lucros das empresas. A empresa deve poder encontrar no mercado os empregados de que precisa: alguns em tempo integral, outros em tempo parcial, outros terceirizados, outros temporários e assim por diante. Quanto ao problema de como o empregado em tempo parcial vai conseguir completar o seu salário parcial, isto não é problema da empresa; como o temporário vai completar o seu salário anual, também não. E assim por diante. Os problemas dos trabalhadores são deles, não das empresas. A palavra de ordem agora é “flexibilização”. Que não é senão a flexibilização dos direitos trabalhistas: uma legislação que permita ao empresário utilizar a mão-de-obra necessária com o mínimo custo possível. Deixando os encargos para os próprios trabalhadores: saúde, previdência, assistência, aposentadoria, habitação. Sem leis a limitarem seus direitos, as empresas podem usar os trabalhadores até a última gota e podem demiti-los assim que não lhes interessar mais. Sem ônus.
É por isso que FHC dizia que era preciso "superar a era Vargas": ele estava se referindo à legislação trabalhista, considerada um "atraso". Assim, multa para a empresa em caso de demissão sem justa causa, salário-mínimo, INSS, direito a férias, remuneração especial para horas-extras, estas e tantas outras exigências deveriam ser "flexibilizadas". Foi por isso que, pouco a pouco, no comércio, começou a ser introduzido o trabalho à noite, aos domingos, nos feriados etc. Não deve haver mais limites (o respeito à vida do trabalhador, por exemplo) para os negócios.
Promoveu-se, lenta e subliminarmente, a substituição dos antigos por novos valores. Neste processo, sub-repticiamente, os direitos passaram a ser desqualificados: toda vez que se fala em direitos, a nova ideologia traduz por privilégios. O que é uma forma sutil de invalidar os direitos. Fala-se também pejorativamente em “direitos adquiridos” como sinônimo de “obstáculo ao progresso”. Desqualificou-se igualmente a luta por direitos: toda luta (de uma categoria) é denunciada como corporativismo. Os banqueiros podem exigir juros mais altos, os credores podem exigir superávit primário maior – isto não é corporativismo; os empresários podem exigir a “flexibilização” da legislação trabalhista – isto também não é corporativismo. Na nova ideologia, corporativismo é toda e qualquer luta de uma categoria de trabalhadores por melhores condições de remuneração e de trabalho, especialmente dos funcionários públicos.
E aí vem uma outra mudança fundamental: se a sociedade é um aglomerado de indivíduos e se toda solução deve ser buscada individualmente, não cabe a solidariedade[13]. A solidariedade social seria um empecilho, um bloqueio à imaginação, à criatividade, ao esforço individual. O verdadeiro móvel da vida social é a competição. É a competição que leva as pessoas a se esforçarem, a melhorarem, a progredirem. A solidariedade é um valor ultrapassado.
Os direitos sociais são substituídos por bens de consumo: os indivíduos não são mais pessoas com direito à saúde, à educação etc.: são consumidores de saúde, de educação etc. Saúde, educação etc., se tornam mercadorias a serem consumidas, podendo ser vendidas e compradas. E quem não pode comprar está fora, out.
O direito à vida passa a depender de um fator: a competência. Como na “lei da selva”, o animal precisa ter aptidão para sobreviver. No caso dos seres humanos, é a competência. Sobreviverá quem for capaz de competir: quem for competente, vencerá na vida, quem não for… A nova ideologia dirá: esta é a “lei da vida” – o que é uma maneira sutil de dizer que a lei da vida em sociedade é a “lei da selva”. Desde fins do século XIX, os homens vêm procurando criar condições para superar o estágio onde o indivíduo se encontra inteiramente desprotegido frente à s intempéries naturais ou à s casualidades da vida (deficiência, acidente, doença, morte, invalidez, orfandade, viuvez, velhice, falência). No decorrer do século XX, especialmente após a barbárie da Segunda Guerra Mundial, este sistema de proteções foi legalizado e ampliado[14]. Agora, segundo a nova ideologia, descobrimos que o ideal é o contrário: cada um entregue à sua própria sorte, entregue ao seu próprio esforço, sem direito à proteção social, sua sobrevivência dependendo unicamente de sua competência para vencer na competição: winners ou loosers – vencedores ou perdedores. Não há novas chances, não há seguro social: cada um por si.
Nesta nova ideologia, o valor mais alto, a responsabilidade primeira é “pagar dívidas”. Por isso, se fazem leis de responsabilidade fiscal e não leis de responsabilidade social. Em primeiro lugar, se pagam as dívidas, mesmo que seus filhos passem fome: o Estado, primeiro, garante o necessário para saldar suas dívidas e, só então, vai examinar o que sobra para seu povo – para a alimentação, para a saúde, para a educação, para o transporte, para as estradas etc.
"Velhos” valores | A crítica | "Novos” Valores |
Pessoa | consumidor | |
direito | = privilégio | consumo |
luta coletiva | = corporativismo | esforço individual |
Vida | competência | |
solidariedade (todos em comum) | competição (cada um por si) | |
honestidade | eficácia | |
Estado (a força do coletivo) | = paternalismo | mercado (a lei do mais forte) |
atender à s necessidades | pagar dívidas (= responsabilidade) | |
ética | os fins justificam os meios | |
valores morais | anomia |
Conseqüência: a base moral da qual as pessoas retiravam a motivação para agir e reagir aos problemas sociais foi demolida e substituída por uma nova base que imobiliza as
pessoas e grupos sociais.
O desemprego, aliado ao trabalho informal e ao emprego precário, obrigou as pessoas e as famílias a se desdobrarem em dois, três empregos, bicos, biscates, fins-de-semana, para dar conta da sobrevivência. As pessoas, em sua grande maioria, estão submersas na luta pela sobrevivência, quase reduzidas à animalidade (comer, beber, dormir, se reproduzir e, se for possível, se medicar para as doenças “de nervos” – sendo as consultas cada vez mais difíceis e os remédios cada vez mais caros).
Mas não é só isto. Os novos valores que se propuseram a substituir os antigos não são capazes de promover a coesão social, pelo contrário. A valorização do esforço individual, a depreciação da solidariedade, a valorização da competição, a negação da proteção social, estão promovendo uma luta de todos contra todos, seja pela sobrevivência, no caso dos mais pobres, seja pela ascensão a qualquer preço, inclusive nos setores médios e abastados. O exemplo das autoridades, dos responsáveis pela ordem pública, dos governos, contribui para acirrar esta competição desumana: o Estado se julga no direito de utilizar todo e qualquer meio para garantir o pagamento do que considera necessário. Assim, apropria-se de uma parte crescente da remuneração do trabalho dos assalariados (via impostos) para fazer frente a seus compromissos. Ao mesmo tempo, não garante uma remuneração digna seja para os trabalhadores do setor privado (salário-mínimo), seja para os do setor público.
Esta forma “imoral” de se utilizar dos outros cria um caldo de cultura favorável à “imoralidade” nas relações sociais. A violência encontra ambiente propício para se desenvolver, porque é a “lei da selva” que está regendo, em última instância, a vida social. A impossibilidade de obter uma remuneração digna pelo trabalho legal leva alguns a tentar uma melhor vida por outros caminhos, ilegais. Por outro lado, a ausência de remuneração digna para os agentes da ordem facilita sobremaneira o abuso do poder em direção à corrupção e a atividades também ilegais. A desigualdade social – o contraste entre uns poucos que ganham cada vez mais e a maioria que ganha pouco ou quase nada -, aliada ao desemprego – que aparece como inexorável – e à falta de perspectivas (amanhã não será melhor que hoje) completa esta cultura favorável à criminalidade e à violência.
A sociedade encontra-se, pois, num estado de anomia: os antigos valores não a sustentam mais, não garantem a coesão social, e os novos não são afeitos a produzir coesão, ao contrário, produzem dissensão. Não é preciso ser muito perspicaz para perceber que, neste ambiente, não se favorece em hipótese nenhuma a educação da juventude. Os jovens estão no meio do “tiroteio”, sem referências. As antigas referências, dizem os novos ideólogos, devem ser abandonadas por representarem o atraso. E as novas provocam a “guerra” a que nós estamos assistindo. É impossível construir uma sociedade em tais bases. Se não tomarmos consciência do desastre ao qual estamos assistindo e do abismo no qual estamos caindo, se não nos organizarmos, se não resistirmos e mudarmos este modelo, criando uma sociedade justa e solidária, o futuro será bem pior que o presente.
"Preâmbulo. Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavras, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum (…),
A Assembléia Geral (das Nações Unidas) proclama:(…)
Artigo I. Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. (…)
Artigo III. Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança. (…)
Artigo XXIII. 1. Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. (…)
3. Todo homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. (…)” (Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948).
TAXAS DE CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO, 1913-2000:
PERIODIZAààO CLà?SSICA
(taxa de crescimento médio anual em percentagem com base em dados de PIB em US$ 1990 milhão PPP)
Região/País | 1913-1950 | 1950-1973 | 1973-2000 |
Mundo | 1,9 | 4,9 | 3,2 |
Europa Ocidental | 1,4 | 4,9 | 2,2 |
Alemanha | 1,1 | 6,0 | 2,1 |
França | 1,1 | 5,0 | 2,2 |
Reino Unido | 1,3 | 3,0 | 1,9 |
Europa Central e Oriental | 1,6 | 4,7 | -0,7 |
Rússia | 2,1 | 4,8 | -2,1 |
América do Norte | 2,8 | 4,0 | 2,6 |
Estados Unidos | 2,8 | 3,9 | 2,6 |
Oceania | 2,3 | 4,5 | 2,9 |
à?sia | 1,0 | 6,1 | 5,9 |
Japão | 2,2 | 9,2 | 2,8 |
China | 0,3 | 5,1 | 8,0 |
à?ndia | 0,7 | 3,7 | 5,1 |
Sudeste Asiático | 1,5 | 5,7 | 6,0 |
África | 2,9 | 4,4 | 2,9 |
América Latina | 3,4 | 6,3 | 2,9 |
Argentina | 3,0 | 3,8 | 2,0 |
Brasil | 4,1 | 6,8 | 3,2 |
México | 2,6 | 6,4 | 3,3 |
Venezuela | 6,9 | 5,4 | 1,4 |
Fontes e notas: Elaboração e cálculos de Reinaldo Gonçalves com base em Maddison (1995) e FMI-WEO (2000) (Gonçalves, 2002: 108). América do Norte = Canadá + Estados Unidos. Oceania = Austrália + Nova Zelândia. Sudeste Asiático = Indonésia, Filipinas, Coréia do Sul, Taiwan e Tailândia.
CRESCIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA: 1900-2000
(taxa média anual de crescimento real)
Período | PIB | Indústria | Agropecuária |
1900-10 | 4,2 | 5,5 | 3,0 |
1910-20 | 4,2 | 6,2 | 3,8 |
1920-30 | 4,5 | 3,8 | 3,9 |
1930-40 | 4,4 | 7,5 | 2,4 |
1940-50 | 5,9 | 9,0 | 3,1 |
1950-60 | 7,4 | 9,1 | 4,4 |
1960-70 | 6,2 | 6,9 | 4,4 |
1970-80 | 8,6 | 9,0 | 4,7 |
1980-90 | 1,6 | -0,2 | 2,4 |
1990-2000 | 1,8 | 0,8 | 2,5 |
1900-1980 | 5,7 | 7,1 | 3,7 |
1900-2000 | 4,8 | 5,6 | 3,9 |
Ano | |||
1990 | -4,3 | -8,7 | -2,8 |
1991 | 1,0 | 0,3 | 1,4 |
1992 | -0,5 | -4,2 | 4,9 |
1993 | 4,9 | 7,0 | -0,1 |
1994 | 5,9 | 6,7 | 5,5 |
1995 | 4,2 | 1,9 | 4,1 |
1996 | 2,7 | 3,3 | 3,1 |
1997 | 3,3 | 4,7 | -0,8 |
1998 | 0,2 | -1,5 | 1,9 |
1999 | 0,8 | -1,6 | 7,4 |
2000 | 4,2 | 4,8 | 2,9 |
Fonte: Elaboração de Reinaldo Gonçalves com base em dados do IBGE e do IPEA (Gonçalves, 2001).
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Notas
[13] Não cabe a solidariedade social. Pode haver solidariedade inter-individual, ajuda mútua: o que não pode haver é a solidariedade como base da organização da sociedade.
[14] O sistema de proteções a que nos referimos não é a proteção oferecida por um Estado-pai que retira do seus próprios recursos meios para ajudar os mais fracos: trata-se da proteção construída pelos cidadãos, que contribuem com parte proporcional de seus próprios recursos, um sistema de proteção para si e para todos. Ele não se baseia no “paternalismo”, como criticam os neoliberais. Baseia-se na solidariedade social: cada um dá a sua parte e todos se beneficiam.
Datos para citar este artículo:
Ivo Lesbaupin. (2004). A questão do trabalho nos tempos atuais (3). Revista Vinculando, 2(2). https://vinculando.org/brasil/trabalho_atual2.html
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